Friday, December 07, 2007

morte anunciada

Quarta-feira 7 da noite, batem insistentemente na porta, vou abrir já rogando praga no dito cujo(a) que interrompeu meu banho. De toalha, abro a porta pela metade, e quase perco o chão quando vi quem era. Caso antigo, daquelas paixões fulminantes que só dão certo no chão, em cima da pia, no chuveiro, no banheiro do avião ou dentro do carro. Não sabia o que dizer, ele sorriu e perguntou se ainda lembrava dele. Como não lembrar? Foram noites, dias, tardes nas quais o mundo parava, que eventualmente foram substituídas por brigas catastróficas por causa do ciúmes.

"Posso entrar?" perguntou ao mesmo tempo que olhava para a toalha que me cobria. Hesitei, era melhor não.

"Sei que deveria ter ligado antes de vir..." - meu deus como que vou resistir a essa boca - "...queria te pedir desculpas pessoalmente" - diz o ditado que antes tarde do que nunca, vamos dar corda, vai que ele se enforca.

"...eu sei que agi da maneira errada, não quero vir pedir perdão, ou que me aceites de volta" - será que ele vai se calar? não, não,não vou ceder. Enquanto eu pensava isso, sentia minha temperatura subir, as pernas já não respondiam, realmente ninguém nunca antes, ou desde então conseguiu me satisfazer como ele fazia.

"...desculpe outra vez, eu vou te ligar, quem sabe combinamos algo" - "Queres algo para tomar?", algo para tomar? de onde eu tirei essa? mas agora já era tarde, ele aceitou um copo de água, eu pedi um minuto para ir colocar algo mais decente.

Servi o copo de água, conversamos sobre bobagens, menti dizendo que tinha um compromisso e precisava me arrumar. Na porta, foi se despedir com um abraço, que se transformou num beijo, em dois, e me jogou contra a parede, ali mesmo do lado da porta. com uma mão me explorou por debaixo da saia, enquanto com a outra me prendia na parede. Estava ansioso, faminto, dava para ver e sentir. com a mão livre, abri seu jeans, ele não perdeu tempo e sem dizer uma palavra começou a me penetrar, primeiro lentamente, depois com força, profundo, do jeito que eu sempre gostei. Gozamos juntos, incrédulos que depois de tanto tempo ainda fôssemos capaz disso.

"Melhor você ir" - disse ainda tentando me recuperar - "Me deixa teu telefone, eu te ligo para a gente combinar algo". E assim ele partiu. Eu nunca liguei.

1 comment:

Anonymous said...

Vim do "Cartas para ela"
Adorei este texto! Nada como um antigo que manda bem. Toda garota merece. rs

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